Você já ouviu falar em Baduk, GO – jogo coreano ou simplesmente 바둑 [paduk]? É um jogo de tabuleiro milenar que surgiu na China há mais de 2.500 anos atrás, onde é conhecido no chinês como 圍棋, onde 圍 significa “cercar, encurralar” e 棋 significa “xadrez”, no Japão como 囲碁 (igo). Esse jogo se espalhou pela Ásia, especialmente na Coreia, por volta do séculos V d.C., e até hoje é considerado um esporte nacional.
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Na Coreia o jogo é chamado de 바둑 [paduk], enquanto no ocidente conhecemos como GO. Um jogo de tabuleiro para dois jogadores que consiste em colocar pedras pretas e brancas em um tabuleiro de 19×19 linhas. O objetivo é cercar o maior território possível e capturar as pedras do adversário. O jogo termina quando os dois jogadores concordam que não há mais movimentos possíveis ou quando um jogador desiste. O vencedor é aquele que tiver o maior território somado ao número de pedras capturadas.
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Mas como o GO chegou à Coreia?
O jogo foi introduzido na península coreana por monges budistas vindos da China por volta do século V d.C., durante o período dos Três Reinos da Coreia (Goguryeo, Baekje e Silla). O jogo se popularizou entre a aristocracia e os intelectuais, que o consideravam uma forma de treinar a mente e a disciplina. Além disso, o povo comum também apreciava o jogo e se reuniam em casas de chá, templos ou praças públicas para jogar e assistir às partidas. O GO também era usado como uma ferramenta de ensino para crianças e jovens, que aprendiam matemática, geometria e lógica com ele, além das quatro artes essenciais dos eruditos, junto com a caligrafia, a pintura e a música.
Uma das primeiras referências escritas ao jogo na Coreia é encontrada no Samguk Sagi (삼국사기), uma crônica da história dos Três Reinos da Coreia (Goguryeo, Baekje e Silla), compilada no século XII pelo historiador Kim Busik. Nessa obra, há um relato de que o rei Gasil de Baekje (r. 475-477) era um grande admirador do jogo e costumava jogá-lo com seus ministros e generais.
Você sabia que o GO não chegou na Coreia do jeito que conhecemos hoje? Na verdade, ele passou por uma grande transformação ao longo dos séculos, e até mesmo ganhou uma variante. Quer saber qual o nome dessa variante? Então continue com a gente!
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Engana-se quem pensa que este é apenas um jogo de tabuleiro. O GO é também uma forma de arte e cultura, que expressa a filosofia e a estética orientais. O jogo envolve conceitos como equilíbrio, harmonia, elegância e criatividade. Cada partida é única e pode ser comparada a uma pintura ou a uma música, que reflete o estilo e a personalidade dos jogadores.
E se você pensa que o GO é um jogo fácil, pense de novo. Apesar das suas regras serem simples, o GO é considerado um dos jogos mais complexos e desafiadores do mundo, já que exige dos jogadores uma alta capacidade de cálculo, raciocínio, análise, intuição e criatividade. O número de possibilidades de jogadas é tão grande que nem mesmo os computadores mais avançados conseguem resolver o jogo completamente.
Mas não se assuste, pois também é um jogo divertido e gratificante, que pode te proporcionar horas de entretenimento e aprendizado.
No século XVI, durante a dinastia Joseon, o jogo sofreu uma grande mudança. Nessa variante, as pedras eram colocadas em posições pré-determinadas no tabuleiro, seguindo um padrão chamado sunjang (順將), que representava uma formação militar. Os jogadores então disputavam o controle do tabuleiro a partir dessas posições iniciais, usando regras diferentes das do baduk tradicional. Por exemplo, não havia captura de pedras, nem contagem de território. O vencedor era decidido por um sistema de pontos baseado no número de pedras vivas e mortas no tabuleiro.
O Sunjang baduk (순장바둑) tornou-se uma variante principal jogada na Coreia até o final do século XIX, quando o baduk tradicional foi reintroduzido do Japão. O Sunjang baduk era considerado um jogo mais rápido e dinâmico do que o baduk original, mas também mais limitado e menos profundo. Alguns estudiosos acreditam que o Sunjang baduk foi uma forma de resistência cultural dos coreanos contra a influência chinesa e japonesa, que dominavam o baduk na época.
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Hoje em dia, o Sunjang baduk é praticamente extinto, e o GO tradicional é o jogo mais popular na Coreia. O GO se destaca pela sua agressividade e criatividade, e os jogadores coreanos são reconhecidos mundialmente pelo seu alto nível de habilidade. Alguns dos maiores nomes do baduk coreano é Lee Chang-ho (이창호), um dos maiores jogadores dos anos 1990 a 2000 e Cho Nam-chul (조남철), considerado o pai do GO moderno.
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